terça-feira, 27 de novembro de 2007

NOTAS

Hamilton Octavio de Souza

Hamilton Octavio de Souza

Unidade sindical
Finalmente boa parte do sindicalismo brasileiro deixou o conforto de seus escritórios para promover uma ação coletiva: centenas de dirigentes demonstraram toda a sua combatividade na audiência realizada no Congresso Nacional para debater o projeto de lei que trata da contribuição sindical. Claro, todos defendem o recolhimento compulsório dos trabalhadores. Nem mesmo os petistas e cutistas, que antigamente eram contra o confisco dessa grana, ousam agora contrariar a pelegada.


Dinheiro fácil
Se o Senado aprovar o mesmo projeto da Câmara dos Deputados, a contribuição sindical deixa de ser obrigatória, não será mais recolhida automaticamente e dependerá da aprovação de cada trabalhador. Alguns sindicalistas e parlamentares defendem que a aprovação da contribuição seja feita na assembléia de cada categoria, mas os dirigentes acomodados querem mesmo o recolhimento obrigatório.

Ação patriótica
A decisão da FIFA de realizar no Brasil a Copa do Mundo de Futebol de 2014 coloca de imediato duas preocupações: uma diz respeito à tolerância do brasileiro para agüentar sete anos de bombardeio ufanista da mídia e das autoridades sobre o evento esportivo; a segunda diz respeito ao número de assassinatos que as forças de segurança precisará fazer para deixar o país “preparado” para a Copa.

Cumplicidade
Está provado: o senador Eduardo Azeredo, do PSDB, recebeu R$8,2 milhões de doações clandestinas para sua campanha eleitoral, em 1998, de seis empreiteiras que haviam embolsado R$296 milhões por obras em seu governo, em Minas Gerais. Praticou crime eleitoral. Assim mesmo a base aliada do governo no Senado não demonstra a menor vontade de cassar o tucano. Por que será?

Verdade histórica
O imperialismo não tem nada a reclamar do Brasil desde o golpe militar de 1964. A ditadura combateu duramente as organizações de esquerda e todos os focos do pensamento socializante, além de ter escancarado as portas do país para a entrada do capital estrangeiro. Era tudo o que imperialismo queria. Mas está ganhando muito mais dinheiro agora, nos governos civis, do que em outra época.

Verão brasileiro
No início do inverno deste ano, a imprensa empresarial e as autoridades brasileiras tripudiaram a Argentina porque o país vizinho foi obrigado a fazer racionamento de gás nos dias mais frios, devido ao excesso de consumo para a calefação. Na época se dizia que o governo Néstor Kirchner havia descuidado da área energética e que o Brasil estava imune a esse tipo de problema. Agora todos estão mordendo a língua.

Vergonha nacional
Depois de pedir e não receber explicações do governo brasileiro sobre execuções sumárias praticadas por autoridades públicas, o relator da ONU, Philip Alston, resolveu visitar pessoalmente o Brasil e coletar informações sobre assassinatos da Polícia Militar em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Os governadores estaduais acionam seus esquadrões da morte e o governo federal fi nge que não sabe de nada.

Zona livre
Pesquisa realizada pelo banco espanhol Santander junto a investidores dos Estados Unidos e da Europa revelou que a maioria considera o Brasil o país mais atrativo, no momento, em especial os setores de petróleo e gás, seguidos pelo financeiro e consumo e varejo. Vale lembrar que o atual governo isentou os especuladores estrangeiros do recolher impostos no Brasil. Quem paga imposto é quem trabalha.

Prêmio midiático
Ele foi um dos mais poderosos ministros da ditadura militar, manipulou os índices de inflação e arrochou os salários para garantir maiores lucros ao capital. Foi também fiel companheiro do empresário Paulo Maluf na Arena, no PDS e no PP. Sempre esteve do lado da Fiesp contra os trabalhadores. Agora Antonio Delfim Netto foi nomeado pelo presidente da República para integrar o Conselho Diretor da TV Brasil – a nova emissora estatal.

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