Bancários elegem chapa da situação
A chapa “Sindicato é pra Lutar - Conlutas” conquistou 924 votos contra 268 obtidos pela chapa “Oposição Bancários - CUT”
Tisa Moraes
Por 924 votos a 268, os bancários de Bauru e Região reelegeram a chapa “Sindicato é pra Lutar - Conlutas” para continuar à frente do sindicato da categoria por mais três anos. Os 30 integrantes da chapa já compunham a atual gestão da mesa-diretora do sindicato e são ligados ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU). O outro grupo em disputa, a “Oposição Bancários - CUT”, era formada por 23 integrantes e foi apoiada pela Central Única dos Trabalhadores.
A eleição, que começou na segunda-feira e terminou ontem à noite, contou com a participação de 1.238 dos 1.443 filiados à entidade. Todos são funcionários de unidades bancárias das 38 cidades situadas na área de abrangência da da base territorial do sindicato, incluindo Bauru, onde está a sede da instituição.
Após atrasos para o início da abertura das urnas, na quadra do sindicato, o resultado foi conhecido no início da madrugada de hoje. A chapa 1, situação, obteve 924 votos; a chapa 2, oposição, 268 votos. Em branco foram apurados 13 votos e 26, nulos. E outros sete votos foram inválidos. Com a vitória, a chapa da situação deve permanecer no comando do sindicato até 2013.
De acordo com o diretor Marcos Lenharo, a intenção da chapa “Sindicato é pra Lutar - Conlutas” é dar continuidade ao que ele denomina reorganização do movimento sindical. “Após a ascensão política do PT em nível nacional, houve um processo de degeneração do movimento sindical cutista, que passou a ser um braço de sustentação desse governo. E isso é péssimo para a categoria”, frisa.
Segundo ele, para poder defender os interesses dos trabalhadores, a entidade sindical precisa permanecer independente de governo, partidos políticos e empregadores. “Por isso, manteremos o compromisso de continuar construindo a alternativa sindical diante da traição da CUT depois que ela tomou conta do poder”, aponta.
Entre as reivindicações estabelecidas pela chapa para o próximo triênio estão a recomposição das perdas salariais dos últimos anos, combate ao assédio moral contra os trabalhadores, ao excesso de jornada e às metas abusivas de trabalho, exigência condições de trabalho que garantam a saúde dos funcionários, estabelecimento de dois turnos de trabalho e defesa da estabilidade no emprego. “Estas são nossas principais bandeiras históricas. Queremos aliviar a sobrecarga de trabalho para os bancários e um atendimento de qualidade para a população. Afinal, nada mais justo que o banqueiro retorne para a sociedade parte do lucro fácil que ele obtém com os serviços que presta”, considera.
Para o integrante da diretoria da chapa “Oposição Bancários - CUT”, Tadeu Aparecido Barbosa, a vitória da situação foi uma grande derrota para o sindicato bauruense. Segundo ele, a entidade perdeu a oportunidade de se integrar ao Comando Nacional dos Bancários, vinculado à CUT, que congrega mais de 70% dos sindicatos da categoria e negocia suas reivindicações de maneira unificada com os bancos em todo o País. “No Estado de São Paulo, o sindicato de Bauru é o único que não está filiado à CUT e fica de fora das negociações, isolado. Quando a categoria está dividida, sentar-se à mesa de negociação e conquistar melhorias fica mais difícil”, considera.
Para ele, a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) tem agido de maneira intransigente à frente do sindicato e em dissonância com os restante do País em períodos de greve. “A categoria estabelece reivindicações em nível nacional e o sindicato em Bauru exige mudanças impossíveis de serem conquistadas. E também permanece mais dias parados que o restante do Brasil. Na mesa de negociação, esses dias se tornam moeda de barganha e o trabalhador acaba perdendo algumas vantagens que poderia ter”, avalia.
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