domingo, 12 de setembro de 2010

Deu na Imprensa

Nominuto pergunta: "Quais são suas propostas para o turismo no Rio Grande do Norte?"

Simone Dutra (PSTU) - A maior parte do mercado do turismo no RN está concentrada em grandes redes hoteleiras que recebem incentivos de bancos estatais para expandir os negócios e os lucros, mas que pagam baixos salários, impõem uma jornada de trabalho dura e ainda destroem o meio ambiente com o lançamento de dejetos no solo, praias e lagoas. O investimento estatal no pequeno setor é mínimo, o que gera concentração de renda. São poucas as pousadas existentes e as que existem não contam com incentivo do governo por meio de financiamento, assessoria e integração do circuito turístico. Quem vai à Maracajaú pode ver que por trás das pousadas, hotéis e restaurantes existe uma comunidade pobre que foi tirada da beira mar e que lhe foi negado o direito de vender até um coco na praia.

Há também a crescente venda de terras potiguares para grandes grupos nacionais e estrangeiros para construção de resorts no interior do Estado. Baía Formosa é um exemplo, onde há 6 anos um prefeito vendeu para japoneses um terreno de duna à beira mar que abriga um cemitério antigo da cidade. Já o turismo sexual é o resultado da combinação do subdesenvolvimento social com a política de privilégio do turismo estrangeiro, incentivado por políticas de governo, onde o Estado recebe frequentemente vôos lotados de homens em busca de sexo com adolescentes e crianças, na maioria pobres.

O PSTU propõe que todo incentivo financeiro estatal seja para os pequenos comerciantes do turismo com o objetivo de fixarem as pessoas nos seus locais de moradias; descentralização do turismo para todas as regiões do Estado e não só no litoral, desenvolvendo roteiros ecológicos e culturais; combate ostensivo ao turismo sexual por meio de medidas econômicas e sociais que possam oferecer outras oportunidades aos jovens; desenvolvimento de um plano de obras públicas para suprir o Estado de uma rede de saneamento básico e aprimorar a legislação para impedir a especulação imobiliária.

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