A política pública para as mulheres no RN é um desastre. O nosso Estado foi governado por uma mulher durante oito anos. Nós potiguares somos governados por várias mulheres em muitos municípios, inclusive aqui em Currais Novos (vice-prefeita). O Rn possui uma senadora e a Prefeitura da capital é dirigida por uma mulher. No entanto, o quadro de violência contra a mulher tem crescido assustadoramente. A estrutura que deveria cuidar e proteger a mulher no RN é extremamente precária. As delegacias especializadas para o atendimento à mulher se resumem a 5 (cinco) duas em Natal, uma Parnamirim, uma em Mossoró e outra em Caicó. E mesmo assim funcionando de forma precária. Pelo que se pode ver o número é insuficiente e tem exposto, principalmente, as mulheres pobres e negras a uma situação de constante risco. E por incrível que pareça toda essa presença feminina nas estruturas de poder não conseguiu mudar o quadro de ausência das casas abrigo. Em todo Estado do Rn nós temos a marca vergonhosa de apenas uma casa abrigo( Casa-abrigo Clara Camarão Natal/RN).
Mais de 50% das mulheres têm filhos antes dos 24 anos
A pesquisa sobre Estatísticas do Registro Civil – 2008 aponta ainda que as mulheres do Rio Grande do Norte estão parindo cada vez mais jovem.
A proporção de Registros de Nascimentos, por grupo de idade da mãe na ocasião do parto, segundo a pesquisa, mostra que 20,9% das mulheres possuíam menos de 20 anos de idade quando tinham o primeiro filho. Em relação a idade de 20 a 24 anos, esse índice aumenta para 32,2%.
À medida em que vai baixando a faixa etária, os índice também vão caindo: as mães com idade de 25 a 29 anos são 23,4%, enquanto as que têm idade entre 30 e 34 anos são 13,9% e de 35 a 39 anos são 6,6%. As de 40 a 44 anos são 1,9% e as de idade entre 45 e 49 anos 0,2% e aquelas de ignorada 0,9%.
Segundo o IBGE, observa-se uma mudança no comportamento reprodutivo das mulheres no país, inclusive, as potiguares. O padrão de fecundidade tardio concentrado nas faixas etárias (25 a 29 ou 30 a 34 anos), foi substituído pelo padrão de fecundidade jovem (menos de 20) e, principalmente, (20 a 24 anos).
A pesquisa investiga a questão da maternidade das jovens menores de 20 anos, uma questão social importante, devido aos riscos de mortalidade e sobrevivência da mulher e seus filhos, pois a maioria é formada por adolescentes que vivem em precárias condições socioeconômicas. A proporção de registros de nascimentos em mães menores de 20 anos, em 2008, no RN foi de 20,9%.
Segundo o Ministério da Saúde, 92% das mortes maternas poderiam ser evitadas. "Estão morrendo mulheres que não deveriam morrer. Por isso, dizemos que essa é uma tragédia invisível e evitável. O que acontece é que algumas mulheres morrem perambulando de maternidade em maternidade para dar a luz ao filho ou quando encontram vaga tem um mal atendimento", afirma Joana D'arc.
Perfil
Negra ou parda, com menos de quatro anos de escolaridade e com renda inferior a um salário mínimo. Este é o perfil das mulheres que mais morrem durante a gravidez na capital potiguar, de acordo com a coordenadora do núcleo de saúde do adulto e idoso da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e integrante do Comitê Municipal de Mortalidade Materna e Neonatal, Joana D'arc Leite. "Este é o perfil da mulher que morre por complicações na gestação ou no parto. Você pega um atestado de óbito e ver essas características lá". A razão é óbvia, segundo Joana D'arc. Mulheres com baixa escolaridade e baixo poder aquisitivo enfrentam mais dificuldade no acesso à saúde básica. Além disso, algumas não fazem pré-natal ou não tem a atenção devida na hora do parto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário