quinta-feira, 9 de junho de 2011

GREVES SE ESPALHAM PELO PAÍS

Mais de dois mil profissionais da rede estadual de RJ decidiram parar por tempo indeterminado



SEPE-RJ

• Em assembléia nesta terça (dia 7/6), que reuniu mais de dois mil profissionais no Clube Municipal, os profissionais de educação das escolas estaduais decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A falta de disposição do governo estadual em negociar e atender as reivindicações dos professores e funcionários das escolas estaduais foi o principal motivo para a decisão da categoria entrar em greve. Outro fator que revoltou a categoria foi o tratamento repressivo dispensado pelo governo estadual contra a mobilização dos bombeiros que participaram das manifestações no Centro do Rio na sexta-feira, que resultou na invasão do Quartel General da corporação por tropas de elite e na prisão de mais de 400 manifestantes, além de ferimentos em familiares que participavam do ato.

Na quinta-feira (dia 9 de junho), os profissionais de educação, irão se unir aos bombeiros do Rio de Janeiro e fazer um ato nas escadarias da Alerj, a partir das 16h, para pressionar os deputados estaduais a intercederem junto ao governo do estado, com objetivo de reabrir as negociações em torno das reivindicações das duas categorias. Na sexta-feira, a partir das 13h, o Sepe, bombeiros e outras categorias do funcionalismo estadual farão uma passeata da Candelária até a Alerj.

No domingo, novamente os profissionais de educação, bombeiros e servidores do estado farão uma passeata na Avenida Atlântica, com concentração a partir das 10h, na esquina da Avenida Princesa Isabel com Avenida Atlântica.

A próxima assembléia da rede estadual será realizada na terça-feira (dia 14 de junho) no Clube Municipal na Tijuca, a partir das 14h. Neste encontro, a categoria irá decidir os rumos da greve.

A categoria reivindica do governador Sérgio Cabral o seguinte:

1) Reajuste emergencial de 26%;
2) Incorporação imediata da totalidade da gratificação do Nova Escola (prevista para terminar somente em 2015);
3) Descongelamento do Plano de Carreira dos Funcionários Administrativos da educação estadual, entre outras reivindicações.

Professores e bombeiros juntos contra Cabral

Veja o calendário da greve na rede estadual:

Dias 8 e 9 de junho: reuniões nas escolas com a comunidade escolar para que a categoria explique os motivos da greve;

Dia 9 de junho (quinta-feira): profissionais da capital e Grande Rio farão um ato conjunto com os bombeiros na Alerj, a partir das 16h.

Dia 10 de junho (sexta-feira): Passeata da Candelária até a Alerj dos profissionais de educação, em conjunto com segmentos do funcionalismo estadual e bombeiros. Concentração a partir das 13h, na Candelária.

Dia 11 de junho (sábado): panfletagens descentralizadas de núcleos e regionais na parte da manhã, explicando os motivos da greve para a população;

Dia 12 de junho (domingo): às 10h, esquina da Avenida Princesa Isabel com Atlântica: concentração para uma passeta conjunta com bombeiros e demais segmentos do funcionalismo até o Posto 6.

Dia 13 de junho (segunda-feira): Assembléias locais em núcleos e regionais;

Dia 14 de junho (terça-feira): Assembléia geral da rede estadual, às 14h, no Clube Municipal (Rua Haddock Lobo 359 – tijuca) para decidir os rumos da greve.

Trabalhadores em educação de Minas Gerais cruzam os braços



HERMANO MELO, DE BELO HORIZONTE (MG)


• Em assembleia estadual realizada na tarde desse dia 7 na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, os trabalhadores em educação do estado reafirmaram a decisão de entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta, 8 de junho.

A assembléia contou com a presença de cerca de 2 mil educadores de todas as regiões do estado, que fizeram uma grande passeata pelo centro da cidade e realizaram ato unificado com os policiais civis e militares que também estão em luta por melhores salários.

A principal reivindicação dos trabalhadores é a aplicação do Piso Salarial de R$ 1597 para jornada de 24h. Além do piso, a categoria quer a reconstrução de um plano de carreira, destruído pelos sucessivos governos do PSDB, e o investimento de 10% do PIB na educação.

Ao invés de implementar o piso reivindicado pela categoria, o governador Anastasia (PSDB) impôs a lei do subsídio, uma remuneração que destrói ainda mais a carreira docente, pois acaba com todas as vantagens conquistadas historicamente pela categoria. Por isso uma das exigências dos grevistas é a revogação desta lei.

Para Gustavo Olímpio, do Movimento Educação em Luta, a greve tem tudo para conquistar as principais reivindicações dos trabalhadores. "Sabemos que o governo Anastasia tem dinheiro em caixa e pode atender a nossa reivindicação do piso. Além disso, este é um momento propício para a greve, já que diversas categorias estão em luta em Minas e em todo o Brasil. O que o Sindicato precisa fazer de forma mais contundente é unificar estes movimentos e construir a greve desde a base".

A CSP-Conlutas também marcou presença na assembléia de greve e na manifestação. "É uma greve importante para a nossa central, já que se trata da maior categoria do estado. Faremos todo o possível para prestar nosso apoio e solidariedade à greve, e buscaremos a unificação das lutas para garantir a vitória", afirmou Giba Gomes, Coordenador Estadual da CSP-Conlutas

Foi aprovado ainda um calendário de lutas, que envolve construção local da greve em cada regional; audiências públicas na ALMG; nova assembléia e manifestação no dia 16, data em que a CSP-Conlutas organiza um dia nacional de luta dos professores em todo o país.

Educação estadual entra em greve no Amapá



ALMIR BRITO, DE MACAPÁ (AP)


• Depois de quase um mês de greve da educação municipal de Santana, a educação estadual e da capital do Amapá paralisam atividades. Com gritos entusiásticos de: “greve, greve, greve, greve”, os trabalhadores em educação do Amapá aprovaram greve desde o dia 17 de maio. Desde então se intensificaram a luta contra a retirada de direitos, em defesa da aplicação do Piso Nacional salarial, contra o assédio moral nas escolas e por melhores condições de trabalho.

No dia 11 de maio, a edição da Lei 1540/2011 pegou de surpresa os trabalhadores que se concentravam na Avenida FAB, protestando em defesa do funcionalismo público como parte da Jornada Nacional de Lutas. A lei prevê o fim da data-base do funcionalismo amapaense, regulamenta reajuste de apenas 3%, além da retirada de vários direitos conquistados com muita luta pelo professorado. Os trabalhadores, em contrapartida, exigem 16% de reajuste a fim de atingir o piso nacional.

Desde então os trabalhadores passaram a realizar atos de rua diários e caminhadas pelo centro da capital. Quando terminávamos esse texto acabava de ocorrer um grande ato no município de Santana, parte do calendário do Comando de Greve.

Uma luta contra os governos e imprensa
Hoje há um movimento de parte da imprensa em criminalizar a greve, com forte boicote da mídia, tentativa de desqualificar e criminalizar os trabalhadores. Sobretudo no momento em que o governo faz uso dos principais meios de comunicação pra dizer que vai cortar o ponto e suspender o pagamento dos grevistas.

A greve por aqui traz consigo grande disposição de luta dos trabalhadores, sobretudo no momento em que os principais dirigentes do sindicato foram afastados por suspeitas de corrupção. É uma greve dirigida por companheiros da base, entre eles os militantes da CSP-Conlutas. Também há uma luta voraz contra as direções traidoras da CUT, principalmente no momento em que a mesma está em avançado processo de desmoralização.

Greve também na Capital do Estado, Macapá
Depois de 52 dias na Papuda, prisão de Brasília, o prefeito de Macapá, Roberto Góes, tem que se enfrentar com uma forte greve da educação que se combinou com outros setores do funcionalismo municipal, entre eles os agentes de endemias.

Aqui a luta é pelo cumprimento de acordos firmados desde o ano passado que tem sido desrespeitados, entre eles enquadramento, progressões e promoções funcionais, além da defesa de melhores condições de trabalho, a luta pela aplicação do Piso Nacional salarial.

A exemplo dos trabalhadores da educação de todo o Brasil, o estado do Amapá também se soma a essas lutas. A greve se unifica entre servidores estaduais e municipais da educação, que juntos colocam nas ruas mais de três mil trabalhadores todos os dias nas ruas da capital Macapá, demonstrando que também no extremo norte do país, os educadores não irão se calar diante dos ataques dos governos.

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