segunda-feira, 5 de setembro de 2011


Advertência do MP tem se transformado em paranóia, diz sindicalista

Os diretores de escolas estão sendo advertidos pelo Ministério Público sobre quem tem direito à merenda escolar. “Essa pressão do MP toma por base as normas gerais do Ministério da Educação, mas tem se transformado em uma verdadeira paranóia”, diz a coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso.
A dirigente chama a atenção para preocupações maiores com a alimentação escolar. É ocaso do financiamento, que já foi investigado pela Controladoria Geral da União (CGU) e veio à tona em março deste ano. Na ocasião, a imprensa denunciou o maior ralo existente para escoamento da verba da alimentação escolar e ele está, justamente, nas prefeituras.
Para a dirigente, o papel do Ministério Público tem se invertido com essa questão. “Apesar das constatações feitas pela CGU, que demonstram os desvios de recursos feitos pelos gestores, das notas frias, do superfaturamento dos produtos, o MP decide centrar suas atenções justamente nos professores, pelo simples fato de se alimentarem da merenda excedente.”, afirma a sindicalista.
Fátima Cardoso lembra que esse assunto já foi pauta de discussão da assembleia da categoria e reafirma a deliberação da época: "A alimentação escolar é do aluno, isso é lógico. Contudo ela não está restrita só aos estudantes. A comunidade escolar pode se alimentar também, desde que não falte para os alunos.”, disse.
O que mais impressiona é não se poder utilizar o alimento que é excedente. “Há falta de alunos, existe uma variação no consumo do alimento, entre os estudantes, alguns deles levam merenda de casa etc. Sendo assim, a quantidade de alimento preparado sempre é superior ao que é consumido pelos alunos. Que mal há em e ele ser utilizado pelos trabalhadores? É preferível que a comida vá para o lixo a ser redistribuída?”, questiona a dirigente.
A sindicalista disse, ainda, que solicitará ao MP um trabalho efetivo naquilo que realmente que destrói o Patrimônio Público, que é a má gestão da verba destinada à merenda escolar.

05/09/2011 Estado

Governo frustra trabalhadores com declaração de adiamento da implementação dos PCCRs

A governadora Rosalba Ciarlini anunciou que não implementará os Planos de Carreira previstos para setembro. Novidade? Desde o início da sua gestão, a Governadora protelou a resolução de impasses com o funcionalismo público estadual. As greves no início do ano e a tentativa de negociações não foram suficientes para mostrar para a gestora que o Estado se mantinha em dívida com os servidores.

Rosalba Ciarlini concedeu entrevista ao jornal Tribuna do Norte (edição de sábado, 3) e disse que o acordo que havia feito com os servidores, que estavam em greve, era de voltar a negociar as reivindicações no mês de setembro. Numa declaração estudada, como se estivesse apresentando a melhor resposta do mundo para os trabalhadores, disse que chamaria os representantes de cada categoria para discutir uma forma de resolver a questão.

Mais uma vez, a governadora anda na contramão das negociações, que para os funcionários haviam ficado claras: a implementação dos Planos começaria em setembro. Em tese, as negociações já haviam sido feitas. Com a declaração da governadora, ela quer fazer a população crer que os trabalhadores é que entenderam o recado de forma errada. Além disso, o discurso sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal voltou a ser usado pela gestora como justificativa para não pagar o que deve.

A declaração não agrada aos trabalhadores, isso é fato. As categorias se mobilizaram, gritaram, lutaram, dialogaram, apresentaram propostas, acreditavam ter havido um entendimento com o Governo. Quando o momento tão esperado por eles se aproxima, o governo joga um balde de água fria nas suas expectativas e faz desmoronar o pouco de credibilidade que ainda possuía junto aos servidores.

A coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso, diz que a decisão da governadora é um estimulo para que as categorias se mobilizem novamente em busca das reivindicações feitas. “Se essa declaração, de fato, se materializar será difícil manter uma relação de respeito e de credibilidade nestes próximos anos com o governo. Não iremos suportar essa relação de traição! Responderemos com luta e iremos cobrar na justiça o que ela nos deve.”, conclui a sindicalista.

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