segunda-feira, 19 de setembro de 2011



Por trás do grito de greve

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (SINTE-RN) está em pé de guerra. De um lado, o PT querendo manter a hegemonia da maior entidade de servidores públicos potiguares; do outro, o PSTU avançando o processo de conquista do poder. A luta é de fácil entendimento, dada a importância do sindicato como instrumento político-eleitoral. Há mais de duas décadas, os petistas usam o Sinte-RN para projetos alheios à educação, sendo responsável diretamente pela carreira vitoriosa dos deputados Fátima Bezerra e Fernando Mineiro. O sindicato garante essa condição com um cofre oxigenado, que movimenta mais de meio milhão de reais por mês e uma carteira de associados que supera a população de quase a metade de municípios do Estado. Daí, a luta. O PT e o PSTU encontram no debate da educação a bandeira para seus projetos individuais. A disputa ganhou dimensão na última greve dos professores. O PT viu crescer a força da professora Amanda Gurgel, do PSTU, que numa breve aparição na Assembleia Legislativa, devidamente potencializada na rede mundial de computadores, transformou-se em heroína da Educação, ultrapassando os limites do Rio Grande do Norte para ocupar importantes espaços na mídia nacional. Estava criada a maior ameaça desde que o PT assumiu o controle do sindicato. A própria Amanda, em recente entrevista, confirmou que disputará a presidência da entidade nas próximas eleições. Uma adversária – assumida – que o PT precisa abater em pleno voo. Daí, a explicação para a necessidade de a ala petista – no Sinte – manter linha de confronto com o Governo do Estado, como vem fazendo agora. Eles ameaçam nova greve, sob o protesto de que compromisso do Governo não seria cumprido, embora a governadora Rosalba Ciarlini venha repetindo à exaustão que tudo que foi acordado será posto em prática. O barulho precisa ser feito para varrer do Sinte o “tornado” Amanda.

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