sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


Carta de Solidariedade aos 51 signatários do documento “Carta de saída das nossas organizações (MST, MTD, Consulta Popular e Via Campesina) e do projeto estratégido defendido por elas”

Carta de Solidariedade aos signatários da “Carta de saída das nossas organizações (MST, MTD, Consulta Popular e Via Campesina) e do projeto estratégico defendido por elas”
Solidarizamo-nos com os 51 companheiros e companheiras signatários/as do documento “Carta de saída das nossas organizações (MST, MTD, Consulta Popular e Via Campesina) e do projeto estratégico defendido por elas”. Estes militantes, que devotaram suas vidas à estas organizações explicitam por meio deste documento divergências que servem para um debate fundamental dentro dos movimentos sociais.
A lúcida análise dos companheiros, que redundou em sua saída, demonstra que a luta e a organização popular exigem posturas comprometidas com a autonomia dos movimentos populares. Defender um projeto radical de transformação da sociedade que fique refém da promíscua relação de movimentos sociais e governos faz com que os caminhos da emancipação da classe trabalhadora sejam comprometidos.
A ocupação de postos institucionais e cargos nos “aparatos”, longe de contribuir para a luta popular, no longo prazo, acabam por comprometer seriamente a autonomia dos movimentos. Tal orientação acaba por subordinar a luta às agendas pontuais do estado burguês. Promovendo assim a substituição da dimensão revolucionária pela reformista. Para nós, um projeto de ruptura deve passar necessariamente pela construção de mecanismos de poder popular, edificados e integrados pela própria base, e que acumulem, fora da institucionalidade burguesa, os passos para a transformação radical da sociedade.
Reafirmamos aqui a solidariedade aos companheiros que saberão ocupar postos na luta sem prejuízo para com seus princípios revolucionários. A opção de lutar contra o aparelhamento dos movimentos sociais pelos governos e instâncias externas deve ser respeitada por todos os lutadores e lutadoras e não deve ser vista com “traição”, saída a “direita” ou tomada por qualquer outro adjetivo que objetive reduzir o debate à mera desqualificação.
As trincheiras da luta devem ser amplas o suficiente para que, aqueles que discordam do rumo de suas organizações, possam engajar-se em outros caminhos rumo a uma sociedade justa e igualitária.
Pela organização de base. Pelo poder popular!
Movimento dos Trabalhadores Desempregados Pela Base
Sobre a carta da saída dos 51 militantes. Esta pode ser acessada em<http://passapalavra.info/?p=48866>

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