quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Em meio a denúncias de fraudes, eleições do PT reafirmam atual política do partido e do governo

Rui Falcão concede entrevista coletiva após PED

A vitória, anunciada na última terça-feira (12/11), concretiza a maior votação que um presidente do PT já recebeu desde a instituição do PED, em 2001. Mais do que isso, amplia a hegemonia ostentada pela Articulação (grupo que dirige a legenda desde a década de 1980, agora com o nome de CNB – Construindo um Novo Brasil) e reduz, ainda mais, a já minúscula influência que as demais tendências internas poderiam exercer sobre a política do partido.
Em uma eleição marcada por denúncias de irregularidades, que vão desde filiações em massa, presença de pessoas mortas na lista de cotizados e compra de votos, o deputado estadual (SP) Rui Falcão foi reeleito presidente do PT com quase 70% dos votos válidos no Processo de Eleições Diretas (PED) da legenda.
Se ainda restava alguma esperança sobre uma mudança nos rumos da legenda, como muitos militantes petistas honestos ainda alimentam, ela foi categoricamente derrubada. A vitória de Rui Falcão - candidato de Lula e Dilma - comprova que a degeneração do PT, com sua completa adaptação ao status quo e ao modo tucano de governar seguirá intocável.
Em outras palavras isso significa dizer que, pelas mãos de um partido construído nas greves operárias dos anos 1980, seguirão uma série de ataques como as privatizações de setores estratégicos como o petróleo; a transferência de recursos do BNDES às grandes empresas; as regalias aos barões do agronegócio e o pagamento da dívida pública, mesmo que isso signifique a sangria de metade do orçamento da União em benefício de banqueiros e especuladores.
O mesmo podemos dizer do escandaloso repasse de verbas públicas para o ensino superior privado, da paralisa na reforma agrária e da crescente repressão aos movimentos sociais e aos trabalhadores, expressada recentemente na violência cometida pelo Exército contra manifestantes durante o Leilão de Libra e no pacto firmado pelo governo Dilma com Alckmin, governador de São Paulo, e Cabral, governador do Rio, para criminalizar de maneira unificada e ainda mais ofensiva as lutas que tomam o país.

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