sexta-feira, 13 de julho de 2007

EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA:
TODO APOIO A GREVE DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO

A greve dos trabalhadores em educação do estado do Rio Grande do Norte deflagrada em 9 de julho é um movimento justo e conta com o nosso total e irrestrito apoio e solidariedade.
Em primeiro lugar, os acordos existentes entre o governo Vilma e os trabalhadores em educação realizados em 2006, não estão sendo cumpridos (enumerar os pontos dos acordos). Mas isso não é o bastante. Várias reivindicações históricas estão sendo trazidas para a campanha salarial deste ano, apresentadas principalmente pela Oposição Unificada a Direção do SINTE-RN. Essa pauta exige o pagamento das promoções verticais, horizontais, férias e precatórios. Reivindica um Plano de Cargos e Salários para os trabalhadores do setor administrativo: ASG, técnico D, técnico de nível superior, atualmente excluídos de qualquer política de valorização salarial.
São duas as razões da nossa adesão. Primeira, reconhecemos a situação de desvalorização dos recursos humanos que, de fato, promovem a educação neste estado. Segunda, queremos denunciar o sucateamento das escolas estaduais.

Dividir para governar
Diante desse quadro, a tática do governo Vilma é dividir a opinião pública entre os trabalhadores, sejam eles os que estão em greve ou os que ainda não aderiram. Ou os pais dos alunos, que obviamente são também da nossa mesma classe trabalhadora. Ou ainda os professores estagiários, trabalhadores super explorados e sem nenhum direito trabalhista. Não podemos nos dividir e nem devemos nos deixar iludir com essas manobras.

Muita fumaça e pouco fogo
Uma marca de todos os governos na história de Vilma foi a tática da maquiagem associada a muita propaganda. Isso explica a ofensiva midiática desferida pelo seu governo ainda no mês de junho. Uma tentativa de “responsabilizar” toda a sociedade, leia-se a grande massa trabalhadora de nosso estado, pelo descaso e descalabro em que se encontra a nossa educação pública. A responsabilidade pela degradação da educação do Estado é única e exclusiva dos governos de plantão. O governo Vilma tem responsabilidade por quatro anos e seis meses de desmonte da educação. A prova é que temos a segunda pior educação pública (nível básico) do país. A ameaça de corte de ponto anunciada demonstra o tipo de governo antidemocrático que os trabalhadores estão diante.

Greve e Luta: duas lições de vida
Por isso, estamos lado a lado com os nossos educadores, professores e funcionários das escolas. Lutamos juntos em defesa da educação pública e de qualidade e de seus direitos. A greve é a ferramenta mais legitima e eficaz que a classe trabalhadora dispõe contra a opressão dos patrões e dos governos. Resgatar e fortalecê-la é a tarefa colocada neste momento. E é justamente por isso que o governo Lula que impedir as greves do serviço público e o governo Vilma seguindo a mesma lógica ameaça com o corte do ponto.
Queremos aqui lembrar o exemplo dos estudantes da Universidade de São Paulo (USP) que nos ensinaram que é possível lutar e é preciso vencer. Eles ocuparam a reitoria daquela universidade e, mesmo ameaçados de serem expulsos pela tropa de choque, resistiram e derrotaram o governador de São Paulo, José Serra. Mesmo com as ameaças covardes do governo Vilma, sabemos que os trabalhadores podem impor uma nova derrota para os inimigos da educação: Lula e Vilma. Neste momento de luta e solidariedade de classe, lembremos uma das mensagens deixadas pelo movimento do maio francês de 1968: “sejamos realistas, exijamos o impossível!”.

Natal, 12 de julho de 2007.
Coordenação Nacional de Luta dos Estudantes – CONLUTE

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