quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

CRISE NA SAÚDE DO RN

Crise da saúde atinge unidades da Liga Contra o Câncer

Emanuel Amaral SAÚDE - Zilton de Lima sofreu um acidente no dia 2 e desde então espera para cirurgia14/01/2009 -
Tribuna do Norte

O atendimento aos pacientes com câncer que precisam ser submetidos a cirurgias está completamente paralisado desde o fim do contrato entre as cooperativas e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap). Desde o dia 02 de janeiro, pelo menos 120 cirurgias foram desmarcadas, já que os todos os cirurgiões (40) e anestesistas (20) eram cedidos pelo Estado, por meio de contratos com cooperativas. A paralisação do serviço preocupa porque, além de ampliar a lista de espera que já tem cerca de 900 pacientes, “muitas pessoas certamente perderão a chance de cura”, conforme alertou o superintendente da Liga Norte-Rio-Grandense Contra o Câncer, Roberto Sales. Não há prazo para solução do problema.“O mais angustiante é que nós temos toda a estrutura pronta. São 88 leitos, 4 salas de cirurgias e muitos funcionários disponíveis, mas estamos parados porque não podemos fazer nada sem os cirurgiões e os anestesistas”, lamentou Roberto Sales. Com as cirurgias suspensas, os médicos decidiram em assembléia suspender também todo o atendimento ambulatorial nesta área. “A justificativa deles foi de que não adianta atender ao paciente, fazer os exames e não poder marcar a cirurgia”, explicou, sem concordar, o superintendente da Liga. Com isso, o Hospital Dr. Luiz Antônio – unidade da Liga especializada na área de cirurgias e única que atende exclusivamente pelo SUS – não está recebendo nenhum paciente. O superintendente reconhece, entretanto, que a tendência é que o problema tenha reflexos também no Centro Avançado de Oncologia (Cecan). Isso porque lá são oferecidos atendimentos como radio e quimioterapia – tratamentos que, normalmente, são feitos após as cirurgias. Nesse impasse, os pacientes são os grande prejudicados, com o sofrimento e a falta de perspectivas de receber o tratamento. Mas não são os únicos atingidos. Toda essa “cadeia” questão gera um outro problema: os médicos que atendem em outras funções deixam de receber o pagamento. Isso porque, os 850 funcionários da Liga são contratados, mas os 300 médicos (de especialidades em geral) “recebem pelos atendimentos prestados”. “É um prejuízo geral, porque as trabalhos estão parados, mas o custo fixo está mantido”, acrescentou o superintendente.A Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, sendo referência no atendimento de oncologia no Estado. Os recursos movimentados nas suas quatro unidades, que chegam a R$ 4 milhões por mês, são provenientes 45% do SUS, 35% dos convênios particulares e 20% de doações. As doações podem ser feitas pelo telefone 4009 5578.

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