quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

EDUCAÇÃO

Professores ameaçam suspender início das aulas
Rodrigo Sena
EDUCAÇÃO - Fátima Cardoso critica o governo e já fala em greve na educação14/01/2009 -
tribuna do Norte

Apenas 40 dias depois da posse, a prefeita Micarla de Sousa poderá enfrentar, já no próximo mês, a primeira greve na administração municipal. Isso porque o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte/RN) convocou uma assembleia geral da categoria para votar, no dia 9 de fevereiro, indicativo de greve na rede municipal de ensino. A proposta também se estende às escolas do ensino básico da rede estadual. A informação foi dada ontem pela diretora do sindicato, Fátima Cardoso, na abertura do seminário “Educação Municipal: programas governamentais para a Educação Básica e a implantação do Piso Salarial”, promovido pela Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn).O motivo da convocação da assembléia, lembra Fátima Cardoso, é o piso salarial dos professores que, segundo ela, não está sendo implantado nem pelo Governo do Estado nem pela Prefeitura do Natal. “Não foi implantado nada. Está tudo zerado”, disse ela, lembrando que as duas secretarias de educação ainda não acenaram com uma discussão mais abrangente sobre o assunto. Ela lembrou que ninguém no RN paga o piso. “O que existe são iniciativas sobre a proporcionalidade. Mas precisamos que sejam claramente definidos os critérios. Temos isso e vamos fazer isso. O que não pode é o silêncio [do governo e das prefeituras]”.A diretora do sindicato afirmou que as entidades representativas dos trabalhadores em educação vão exigir a abertura da “caixa-preta” das contas das prefeituras. E criticou o governo do Estado. “Eu digo muito que o Estado deveria ter uma porta de entrada e outra de saída. Não adianta o faz-de-conta. Se o Estado trabalhasse direitinho, com certeza não estaríamos nos desgastando e prestando um serviço melhor. Acontece que ele é tão conservador e limitado que não tem porta para nada, a não ser para nos irritar. Não tem moralidade pública.”O anúncio de que o Sinte estaria articulando uma greve para antes do início do ano letivo surpreendeu o secretário municipal de Educação de Natal, professor Elias Nunes. “O município está em dia. O nosso salário hoje é de R$ 888 para professor com carga horária de 20 horas. A lei diz que você pode pagar R$ 950 para até 40 horas. A partir de março, o salário de quem tem contrato de 20 horas vai passar para R$ 979.” O secretário informou que está aberto ao diálogo, “mas, de antemão, digo que o salário é de R$ 888 para início de carreira, quando o governo vai pagar R$ 950 para 40 horas.”Quem também demonstrou surpresa foi o secretário estadual de Educação, Ruy Pereira dos Santos. “Eu estou implantando o piso. Tanto que os servidores já vão receber no final de janeiro o piso implantado.” Ruy lembrou que a implantação dos 2/3 do piso foi um compromisso assumido por ele na audiência pública realizada na Assembléia Legislativa, em novembro do ano passado. “Já participei de duas audiências com o sindicato, já reconfirmei que iria pagar o piso de acordo com a decisão do Supremo. O Estado está cumprindo rigorosamente a lei que foi implantada. Se a lei está ruim, vamos mudar a lei”, disse Ruy, que fez questão de reafirmar, pausada e enfaticamente: “O Estado está cumprindo ri-go-ro-sa-men-te a lei.”

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