segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

GREVE - I

Professores entram em greve e o movimento ganha reforço
A greve dos servidores municipais ganhou um reforço. Em assembléia realizada ontem pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM), no auditório do Serviço Social da Indústria (SESI), os professores decidiram paralisar as atividades por tempo indeterminado. A decisão é um protesto pelo fato da Prefeitura não implementar, na prática, o Piso Salarial Nacional.
Além dos docentes, os servidores lotados nas Gerências de Agricultura, Tributação, e na Usina de Asfalto decidiram continuar com o movimento paredista iniciado na última quinta-feira, 12/2, em detrimento ao decreto 3362, que trata do corte de horas extras. Sobre o decreto, que serviu de estopim para a onda de paralisações, o secretário municipal da Administração, Manoel Bizerra, disse que a Prefeitura de Mossoró tem tomado uma série de medidas no intuito de regulamentar o pagamento das horas extras aos servidores públicos. Para o secretário, a atitude do Sindiserpum é lamentável porque denota uma tentativa de confundir a opinião pública.
Após a assembléia, os servidores foram em caminhada ao Palácio da Resistência, onde foram recebidos por Edna Paiva, secretária do chefe de Gabinete, Gustavo Rosado, para informar sobre o início da greve e as razões do movimento. "Comunicamos oficialmente à prefeitura que estamos em greve por tempo indeterminado. Agora é só aguardar a resposta por parte deles", destacou a presidente do Sindiserpum, Marilda Souza.
Os trabalhadores vão se reunir na próxima segunda-feira, 16, oportunidade em que o comando de greve traçará um calendário de visitas às escolas e demais órgãos que ainda não estão em greve. Na terça-feira, às 16h, os grevistas farão protesto em frente à Câmara Municipal, já que naquela oportunidade, a prefeita Fátima Rosado estará no local.
De acordo com o secretário Manoel Bizerra, a determinação a todas as secretarias é a de que só sejam concedidas horas extras nos casos de verdadeira necessidade. "A atitude de austeridade tomada pela Prefeitura tenta evitar algumas distorções como o grande número de horas extras concedidas. Existe por parte de alguns servidores a cultura de que hora extra é salário, mas é uma um pensamento equivocado", argumentou.
Segundo Manoel Bizerra, a greve decretada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais por conta da redução do pagamento de horas extras por parte da Prefeitura vai de encontro à moralidade administrativa. "O sindicato deve buscar os seus direitos, mas aquilo que não existe em lei não adianta querer tentar impor à administração. A hora extra é concedida de acordo com a necessidade da administração aqui ou em qualquer outro nível de governo", explicou.
Manoel Bizerra explicou que o servidor público municipal não deixou de fazer horas-extras. "Todos aqueles que foram convocados pelos seus determinados chefes receberam no salário de janeiro as horas que foram trabalhadas a mais. Os que não trabalharam além da sua carga horária não podem receber algo que não lhes é devido", explicou o secretário.
Ele criticou o anúncio da greve por considerá-la extemporânea e sem sentido. "Não se pode reivindicar aquilo que não existe na lei e muito menos algo que está errado. Não há nenhuma brecha na legislação que mande incorporar valor de horas extras ao salário do servidor, seja em qual nível ele trabalhar", assegurou.

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