quarta-feira, 1 de setembro de 2010


Pérola

"Estou achando muito engraçado no Brasil as pessoas quererem trabalhar 30 horas, daqui a pouco as pessoas querem ganhar sem trabalhar."

(Presidente Lula)

Mais um ataque

Nova reforma da Previdência está no forno

Ministério da Fazenda estaria elaborando um novo projeto de reforma da Previdência a ser apresentado a um futuro governo Dilma; ataque à aposentadorias é consenso entre PT e PSDB

Poucas vezes se viu uma campanha eleitoral tão fria quanto a que se desenrola hoje. Enquanto Dilma Roussef (PT) dá a vitória como certa, talvez até mesmo no primeiro turno, a campanha de Serra (PSDB) bate cabeça e não consegue se diferenciar do atual governo. No desespero, coube a Serra se pintar de situação e colocar Lula em seu próprio programa na TV.

Se antes a campanha eleitoral já era marcada pela despolitização, agora o tucanato encontra nas denúncias de espionagem do PT ou nos vazamentos da Receita Federal o único elemento para atacar Dilma e o partido de
Lula.

Pouco ou nada se fala de programa de governo, o que não significa que ele não exista. Reportagem publicada nesse dia 29 de agosto pelo jornal carioca O Globo causou polêmica ao relatar que a equipe econômica do Ministério da Fazenda trabalha numa proposta de reforma da Previdência a ser apresentada por um futuro governo Dilma.


Ressuscitando a reforma
Segundo o jornal, a reforma que já foi seriamente cogitada pelo governo Lula há alguns anos, seria ressuscitada por um provável governo Dilma em 2011. A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda já estaria sistematizando uma nova proposta para o governo levar ao Congresso.


Segundo a matéria, a proposta que estaria sendo desenhada na mesa de Nelson Barbosa, dirigente da secretaria, prevê uma nova regra draconiana, que estabelece que a soma do tempo de contribuição e da idade do assegurado deve atingir 105 para que ele possa se aposentar (e 95 para as mulheres). Na prática essa regra estabeleceria a idade mínima para as novas aposentadorias, substituindo o atual fator previdenciário.


Ou seja, um jovem que começasse a trabalhar e contribuir com 18 anos, após 35 anos, não poderia se aposentar, pois a soma de sua idade (53) com o tempo de contribuição (35), somaria apenas 88. Ele teria que trabalhar até os 62,5 anos de idade, contribuindo o total de 42,5 anos. Seria o maior ataque aos trabalhadores e a Previdência desde a imposição do fator previdenciário.

Um programa em comum
Ainda segundo o jornal carioca, a campanha de Dilma teria a orientação de não tocar no assunto, a fim de evitar desgaste político. Ato contínuo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, emitiu nota oficial negando qualquer movimentação do governo no sentido de formular uma nova reforma.


O presidente do PT, porém, Eduardo Dutra, declarou ao mesmo jornal que “essa proposta existe há muito tempo e continua em estudo”. Já o senador Delcídio Amaral (PT-MS), vice-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, afirmou à Agência Brasil que a Previdência precisa de uma “rearrumação”. O líder da bancada do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen, declarou também que “ninguém pode ser contra a reforma”.


Fato é que esse é mais um dos pontos que PT, PSDB e DEM tem em comum e que, ganhe Serra ou Dilma, a reforma da Previdência estará na pauta do dia.

30 de agosto de 2010

Cruzaram os braços

Trabalhadores da Educação de Pureza entram em greve

Reunidos em assembleia na tarde desta segunda-feira (30), cerca de 70 trabalhadores da educação do município de Pureza/RN decidiram cruzar os braços por tempo indeterminado. Entre os principais motivos para a deflagração da greve estão as péssimas condições das escolas e o descumprimento dos direitos da categoria, previstos no Plano de Cargos e Carreira.

O sindicato da educação na cidade já enviou um ofício para a Prefeitura, solicitando uma audiência para a próxima sexta-feira. Há meses os trabalhadores tentam uma negociação com a prefeita Soraya Santana (PSDB), mas até o momento não houve sucesso. Após a aprovação da greve, professores e funcionários realizaram um ato público em frente à Câmara Municipal. A próxima assembleia está marcada para o dia 6 de setembro, às 14 horas, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pureza.

"A categoria vem sofrendo com o descaso da educação e com o não cumprimento dos acordos estabelecidos com os servidores. A atualização das promoções horizontais e verticais ainda não foi feita, faltam profissionais nas escolas, o 1/3 de férias deste ano não foi pago aos funcionários, a Prefeitura não está liberando licença-prêmio para ninguém e não há eleição direta para diretor de escola, o que vem gerando muito assédio moral.", explicou José Roberto, diretor da Regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Ceará-Mirim (Sinte).

A falta de estrutura das escolas também é um problema enfrentado pelos profissionais e pela população do município. "Minha escola não tem nada. Não tem máquina de xerox, não tem merenda, não tem refeitório. Quando a gente consegue merendar, é só cuscuz. E ainda tem que comer no chão.", denunciou um aluno durante o ato público, que chamou a atenção dos que passavam pelas ruas.

Professora em Pureza e diretora do sindicato na cidade, Francisca Gomes destacou o desrespeito com a educação por parte da prefeita Soraya Santana.
"O desrespeito da Prefeitura é muito grande. Nem atestado médico a prefeita aceita, e os trabalhadores são obrigados a levar falta e a sofrer descontos de salário quando ficam doentes. Mas a prefeita, que nem dá expediente no município, pode faltar sem problema nenhum.", afirmou a professora.

O sindicato e os trabalhadores disseram que estão dispostos a negociar, mas não irão mais aceitar promessas. "Agora chegou o momento de mostrar à prefeita Soraya que nós vamos buscar nossos objetivos. As escolas de Pureza estão um caos. Não há merenda, transporte para os alunos e condições de trabalho. Nem mesmo máquina de xerox existe nas escolas. É hora de mostrar para a Prefeitura que somos nós que fazemos a educação e merecemos respeito.", concluiu José Roberto.

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