segunda-feira, 21 de março de 2011

Movimento

Passeata reuniu 800 pessoas, antes de discurso de Obama

Protesto chegou até a Rua do Passeio, onde ato exigiu a libertação dos 13 presos políticos

Cerca de 800 pessoas fizeram uma passeata contra a visita de Obama, a entrega do petróleo e pela libertação dos 13 ativistas presos desde a sexta-feira (18), no ato em frente ao consulado. Eles chegaram até a Rua do Passeio, próximo da Cinelândia, já cercada por policiais da Tropa de Choque.

Ali, fizeram um ato político, com discursos e palavras de ordem, como "Fora já, fora já daqui. Obama do Brasil e Dilma do Haiti", versão renovada do que se cantou durante as invasões ao Iraque e Haiti. Por volta das 14 horas, os organizadores resolveram encerrar o protesto. "Nosso objetivo hoje foi cumprido, fizemos uma passeata vitoriosa e voltaremos aqui amanhã", afirmou Cyro Garcia, presidente do PSTU no Rio. “Os manifestantes farão uma lavagem da Cinelândia e das escadarias do Theatro Municipal, nesta segunda, às 17h, para apagar a presença de Obama", completa Cyro.

O protesto unificou as duas concentrações que ocorreram desde às 10 horas: uma em frente ao metrô da Glória, e outra, no Largo do Machado. Juntos, manifestantes percorreram o trecho até o Passeio Público. O protesto reuniu a CSP-Conlutas, CTB, Intersindical, MST, Jubileu Sul, MTL, Círculo Bolivariano e o movimento sem-teto. Muitos sindicatos compareceram, com destaque para o dos petroleiros e dos professores.

Entre os partidos, muitos militantes do PSTU, PSOL, PCB e PCdoB. A deputada estadual Janira Rocha (PSOL), que assina uma nota junto com outros parlamentares, participou da manifestação. Seguindo orientação do diretório estadual, o PT não esteve representado.

O discurso do PSTU foi feito por Zé Maria, que parabenizou os manifestantes. "Vocês, aqui no Rio, nos protestos que têm feito nestes dias, têm demonstrado que o apoio à vinda de Obama não há uma unanimidade. Vocês mostraram ao país e ao mundo que há motivos para protestar". Ele condenou a prisão e exigiu a libertação dos presos e também a retirada de todas as acusações contra eles.

Libertação dos presos
A solidariedade com os presos também fez com que muitos estudantes fossem ao ato, convocados pela ANEL, UNE, Ubes e diversos DCEs. Havia muitos estudantes secundaristas, entre eles diversos amigos do jovem estudante do Colégio Pedro II, militante do PSOL, que está preso desde sexta, no Centro de Triagem da Ilha do Governador. As entidades de juventude devem lançar ainda hoje um manifesto unitário pela libertação dos presos.


Cirlete Proença, mãe de Yuri e Gabriela, dois dos 13 presos, discursou na concentração do ato. Ela contou que o avô dos dois foi militante político, perseguido pela repressão. "Quando pequena, tivemos de nos mudar, fugir. Agora, que não há mais ditadura, os dois estão presos", comparou. Ela declarou ainda que vai continuar participando de todos os atos. Os pais e parentes dos presos formaram uma coluna no ato.

A arbitrariedade tem despertado muitas demonstrações de solidariedade. No ato de hoje, entre os manifestantes, destacavam-se os advogados Marcelo Cerqueira e Antonio Modesto da Silveira, dois símbolos das batalhas nos tribunais pelos presos políticos durante a ditadura militar. Modesto, de 84 anos, chegou a ser sequestrado pelo DOI-CODI e é autor da Lei da Anistia. Em 1999, ele recebeu a Medalha Chico Mendes, do grupo Tortura Nunca Mais, que também enviou mensagem de solidariedade aos presos.

Doze manifestantes estão ainda nos presídios de Bangu 8 e Água Santa. O outro, menor de idade, está em um Centro de Triagem. No sábado, o juiz de plantão negou o pedido de libertação do grupo, alegando ameaças à visita de Barack Obama.

SEXTA-FEIRA, 18 DE MARÇO DE 2011

Dia Internacional de Luta da Mulher

Centenas de mulheres vão às ruas de Natal protestar contra o machismo e a exploração

Na manhã de quinta-feira, dia 17, cerca de 400 mulheres coloriram as ruas de Natal/RN com bandeiras vermelhas, lilases e muitas reivindicações. Em alusão ao 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, elas realizaram um protesto pelas ruas da cidade contra o machismo e a exploração. A caminhada, que reuniu trabalhadoras sem-terra do MST, estudantes, servidoras públicas e sindicalistas, saiu do bairro Cidade da Esperança e seguiu até o Centro Administrativo do Estado, sede do governo do RN. O protesto foi organizado por centrais sindicais, entidades estudantis, sindicatos e partidos de esquerda.

Durante a caminhada, usando faixas e cartazes, as trabalhadoras denunciaram a violência contras as mulheres e fizeram exigências por melhores condições de vida e trabalho. Com o tema “Mais poder para as Mulheres”, a manifestação reafirmou que não basta ser mulher, é preciso ser trabalhadora e estar ligada às lutas populares. “No RN a eleição de Rosalba Ciarlini para o governo do estado significa a continuação do atraso nas políticas públicas e a volta do DEM ao poder (antiga ARENA, partido da ditadura). Em Natal, a prefeita Micarla de Sousa é rejeitada por mais de 80% do povo e está destruindo os serviços de saúde, com a privatização, através das UPAS e AMES. Ela também aumentou as passagens dos ônibus.”, disse a assistente social do Hospital Walfredo Gurgel, Rosália Fernandes. “Já a presidenta Dilma abandonou a luta pela legalização do aborto e defendeu um reajuste de R$ 35 para o salário mínimo, enquanto que ela e os parlamentares tiveram um aumento de R$ 10 mil. Tudo isso mostra que não basta ter uma mulher nos governos para que os interesses das mulheres trabalhadoras sejam atendidos.”, completou.

Entre as principais reivindicações apresentadas pelas mulheres, destacaram-se a luta pelo salário mínimo do DIEESE (R$ 2.200), fim da pobreza, aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha, punição aos agressores das mulheres, construção de casas-abrigo e descriminalização do aborto. Para a professora e militante da Central Sindical e Popular – Conlutas, Luciana Lima, o protesto serviu para enviar um recado aos governos. “Nós, mulheres, somos quase 40% da população economicamente ativa, mas somos também quase 70% dos mais pobres do mundo. Estudamos mais do que os homens. Entretanto, ganhamos os menores salários, recebendo até 30% menos. Isso mostra que os empresários nos usam para explorar ainda mais a classe trabalhadora. É preciso enfrentar todos os governos que apóiam essa política.”, defendeu Luciana.

QUINTA-FEIRA, 17 DE MARÇO DE 2011

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