quarta-feira, 20 de julho de 2011

MILITANTE DO PSTU LANÇA LIVRO SOBRE DIREITO NESTA QUARTA EM NATAL

A noite desta quarta-feira, dia 20 de julho, será especial para o PSTU no Rio Grande do Norte. Juary Chagas, militante do partido e diretor do Sindicato dos Bancários, estará lançando seu livro “Sociedade de Classe, Direito de Classe”, pela editora Sundermann. O livro traz uma abordagem sobre o conceito de direito na perspectiva marxista, sua relação com a troca de mercadorias e como ele é usado para assegurar a exploração dos trabalhadores. O evento de lançamento do livro será às 18h30, na sede do Sindicato dos Bancários, situado na Av. Deodoro, 419, Petrópolis.

Na ocasião, haverá uma palestra seguida de um debate com o autor. Também estarão presentes o magistrado do TRT/RN e professor de Direito da UFRN, Zéu Palmeira, e a professora Amanda Gurgel. “Trata-se de uma humilde contribuição teórica, trabalhada em perspectiva marxista, a respeito do papel e do caráter do direito ao longo do desenvolvimento das sociedades. Será um prazer contar com a presença de todos os companheiros, colegas de trabalho e estudo, professores, intelectuais, estudantes, militantes políticos e ativistas dos movimentos sociais.”, convida Juary.



  • Pablo Capistrano

Nauseados.

Essa talvez seja a palavra que melhor retrata do humor dos norte americanos nesses tempos de crise econômica. Depois de assistir Inside Jobs, o documentário que fala sobre os bastidores da crise de 2008 fui receber meu sogro que voltou de viagem dos EUA.

Ele me falou sobre o centro de Miami com as lojas fechadas e o cheiro de decadência econômica que toma conta das ruas vazias. Me falou sobre a invasão de produtos chineses e indianos nas prateleiras norte americanas deixando claro as dificuldades da indústria doméstica. Me falou sobre o arriscado clima de apocalipse, que parece alimentar a direita fundamentalista do Tea Party.

Pois é, amigo velho, o grau anda alto por aquelas bandas. A sensação que a população tem é a de que o sistema financeiro simplesmente virou as costas para a sociedade norte americana.

E não foi esse mesmo sistema, alimentado pela ideologia que afirma haver algum tipo de racionalidade no mercado, que corrompeu o sistema político e cooptou a academia, comprando os especialistas das mais respeitadas universidades, pagos a preço de ouro para vender a ilusão de que tudo estava bem, no país das maravilhas?

Não foi justamente essa ordem, construída há muitos anos, com base nas crenças liberais, descontrolada após o colapso da ameaça vermelha, que virou as costas para a população e jogou a economia global no buraco?

Hoje, os governos, construídos a partir do financiamento dessa mesma ordem, pagos pelos avatares do mercado para justificar moralmente as escolhas econômicas que mais beneficiam aqueles que estão no topo da cadeia alimentar das finanças, precisam forçar a sociedade a pagar a conta do roubo institucional patrocinado pelas organizações financeiras.

O que mais fere o orgulho norte americano, não é o empobrecimento de sua gente, ou mesmo o fato de que, pela primeira vez na sua história, uma geração de cidadãos norte americanos tem menos educação, menos acesso a saúde e menos dinheiro que seus país e avós.

O que fere o orgulho ianque esses dias é essa náusea, amigo velho, de ter descoberto que seu governo, eleito by the people, from the people, for the people funcionou todas essas décadas como um braço político de um sistema que estava se lixando para o bem estar social, baseado em uma lógica predatória que vendia a ilusão de que mercados financeiros funcionam com base em um misterioso e transcendente controle moral. Até mesmo Obama, eleito com a promessa de fazer cumprir as promessas políticas dos pais fundadores de América democrática se rendeu ao imperativo do sistema que deveria combater.

Agora, nossos irmãos do norte sentem a náusea de descobrir, na própria carne, essa verdade inconveniente que a gente aqui no Brasil conhece há muito tempo. A verdade de que os governos, a despeito de serem ou não eleitos, na grande maioria das vezes, vivem com as costas para o povo que os elegeu.

Pois é amigo velho, é triste para quem passou boa parte dos últimos duzentos anos no lado direito das utopias iluministas ter que concordar com a frase do profeta do comunismo: “capitalistas não fazem sapatos por amor aos pés da humanidade”. A proposito, em qual estante eu deixei mesmo aqueles livros velhos de Marx?


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