quarta-feira, 28 de setembro de 2011

SAÚDE DE CURRAIS NOVOS

O processo de privatização da saúde avança a passos largos no Brasil. Dados do IBGE apontam para uma realidade no mínimo estranha. Para não ir muito longe buscamos informações sobre a nossa própria realidade. No ano de 2005 na cidade de Currais Novos havia um total de 20 estabelecimentos de saúde, sendo 14 estabelecimentos de saúde pública dos quais 14 eram municipais. Em 2009 esse número subiu para 27 estabelecimentos de saúde no total, sendo 13 estabelecimento de origem pública dos quais 13 eram municipais. Em 2005 eram 6 estabelecimentos da rede privada de saúde, sendo 1 sem fins lucrativos. Já em 2009 essa rede teve um crescimento espantoso de 100%. Pulou de 7 estabelecimentos para14, sendo 1 sem fins lucrativos. O que é bastante interessante é ver que em 2005 apenas 2 estabelecimentos privados recebiam verbas através de convênios com o Sistema único de Saúde – SUS. Muito diferente da situação desses convênios em 2009 quando, 7 estabelecimentos praticam os tais convênios, ou seja, mais do que o triplo de estabelecimentos privados utilizam as benévolas verbas do SUS. É óbvio que dentro de um sistema mercantil a tendência é todo o sistema, ou grande parte dele tornar-se mercadoria. Mesmo fazendo uma análise bastante superficial desses dados podemos constatar que o setor público sofre um retrocesso diante da avassaladora mercantilização da saúde. Este é um processo que vem se aprofundando na última década e que não cessou nem mesmo durante o governo “socialista” do ex-operário Lula da Silva, pelo contrário. O surgimento de Clínicas privadas na cidade é a mais pura realidade. O setor privado se auto beneficia com “ajuda” pomposa e benévola das verbas do SUS como podemos constatar nesse pequeno esboço de pesquisa. Isto é uma contradição do próprio SUS que deveria financiar exclusivamente o setor público estatal. A saúde no Brasil é caótica. E no RN não é diferente. Mais de 8 meses se passaram do governo Rosalba e absolutamente nada aconteceu. Em Currais Novos o Hospital Regional passou meses sem uma regularidade de médicos na urgência e sem nem sequer um raio-x para exames mais simples. Os trabalhadores voltam a enfrentar eternas filas para uma consulta simples e passam pelo constrangimento de terem que dormir a noite numa fila ao relento para poder se consultar nos postos de saúde do município. Para fazer um tratamento dentário o paciente tem que colocar seu nome numa lista de espera que chega a demorar seis meses. Tudo isso está relacionado com o descaso que os governos têm para com o trabalhador. E tudo começa quando o governo federal, através do orçamento, destina apenas 4% para a saúde. Enquanto isso os banqueiros abocanham aproximadamente metade dos recursos do orçamento federal. As brigas políticas pela direção do hospital regional de Currais Novos são um claro exemplo de como as oligarquias locais tratam a saúde pública. O que está por trás de tudo isso são os interesses dos grupos privados que abocanham grande parte dos recursos do SUS. O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU, defende um maior investimento por parte do governo federal na saúde estatal e também defende eleições diretas, com regras específicas, para os diretores dos hospitais públicos, acabar com todos os convênios privados ( fonte de desvios e da privatização do setor de saúde). Dinheiro público para financiar uma saúde pública estatal.

Os dados foram retirados do: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1


A concentração de renda em Currais Novos

Num total de 12.464 domicílios particulares permanentes existentes na cidade de Currais Novos 11.585 sobrevivem com rendimentos per capita (por pessoa) entre ¼ do salário mínimo e 3 salários mínimos per capita. Isto representa 92,9% dos domicílios permanentes da cidade de Currais Novos. No outro pólo da estatística estão apenas 212 domicílios com renda per capita superior a 5 salários mínimos, ou apenas 1,7% dos domicílios pesquisados no último censo do IBGE. Este quadro sugere que apesar de toda a política assistencialista dos governos Lula/Dilma a situação ainda permanece desigual. Como vimos os dados do IBGE são elucidativos quanto à lógica do metabolismo social do capital. Sua lógica destrutiva transforma tudo a sua volta em mercadoria. A concentração da renda é um fenômeno do próprio sistema capitalista. É esta concentração de renda que gera os demais fenômenos que assistimos hoje nas grandes cidades e que já começam a se esboçar na nossa. As drogas, a violência (assaltos à mão armada, arrombamento de residências, gangues armadas). As políticas assistencialistas dos governos só tendem a agudizar estes conflitos e problemas, pois não tocam no essencial, os grandes lucros dos bancos e grandes empresas. A polpitica assistencialista é antes de tudo conservadora, pois não promovem avanços na consciência dos trabalhadores atendidos pelos programas. Enquanto isso os recursos da saúde e da educação são pífios diante da importância que estes setores têm. Aqui em Currais Novos não é muito diferente as sucessivas administrações das oligarquias nada ou quase nada fazem para atenuar os descasos com estes setores.

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