Como parte importante da ideologia neoliberal de Estado mínimo que ajuda a justificar os absurdos cometidos em nome da obtenção do superávit primário, é muito comum ouvirmos que o Estado brasileiro gasta muito e mal o dinheiro aplicado na saúde, devido a problemas de gestão. A verdade, no entanto, é bem outra: existem sim problemas de gerenciamento, inclusive porque muitos gerentes são colocados em seus cargos por padrinhos políticos, mas podemos afirmar com certeza que o estado brasileiro gasta pouco com saúde. Vamos aos números.O SUS gastou em 2008 R$ 103,3 bilhões, enquanto o sistema complementar gastou R$ 56,9 bilhões. Os gastos de famílias (consultas particulares, compra de medicações em farmácias etc.) somaram R$ 55,5 bilhões. Acontece que o SUS gastou os R$ 103,3 bilhões para atender os 189,6 milhões de habitantes, enquanto o sistema complementar gastou seus R$ 56,9 bilhões para atender, no máximo, 40 milhões de pessoas. Traduzindo para números mais simples, o SUS gastou, em 2008, a quantia de R$ 1,49 por pessoa por dia, enquanto o sistema complementar gastou R$ 3,89 por dia por paciente, duas vezes e meia a mais do que o SUS. Para piorar, os gastos pessoais com saúde privada permitem abatimentos importantes no imposto de renda, ou seja, o estado subvenciona a saúde privada!
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